Os museus são depositários de segredos, como já se sabe. Mas alguns desses segredos são bem insólitos. No Museu Nacional de Arqueologia, em plena Praça do Império, em Belém, nem todas as múmias são saudáveis: uma delas tem mesmo cancro da próstata!

Em 2007, o projeto Lisbon Mummy Project, que resultou da vontade de um grupo de radiologistas e de um artigo do bio-arqueólogo Álvaro Figueiredo, defendeu a necessidade de se fazer um estudo mais aprofundado das múmias do Museu de Arqueologia para se entender o passado do Antigo Egito.

O projeto passou por uma investigação através de TACS que permitem mais do que identificar apenas o sexo, a idade ou a possível causa de morte. Permitem perceber o meio ambiente em que as pessoas viviam, as suas vidas, sofrimentos e doenças.

Estudos feitos, as descobertas foram surpreendentes. Uma das múmias, com cerca de 2300 anos, teria um cancro na próstata com extensões ósseas – um caso único no mundo! Outra múmia, pertencente a um sacerdote, revelava uma lesão extensa com origem numa distensão, que lhe terá provocado entorses e dores dolorosas.