As bolas de Berlim há-as em qualquer café de Lisboa, recheadas com os mais diversos sabores. E são mas famosas nas praias, onde são os vendedores que apregoam: “Olha a bolinha!”. Mas a verdade é que a sua origem não é bem lisboeta, nem portuguesa.

Foi na Segunda Guerra Mundial que uma família judia fugiu da Alemanha para Portugal: a família Davisohn. A mãe desta família começou a replicar uma receita que aprendera na Alemanha: um frito de massa de farinha doce com açúcar no exterior e doce no interior. Era a bola de berlim, Berliner Pfannkuchen no original (bolo de Berlim de frigideira).

Esta é uma história que é relatada no livro Judeus em Portugal durante a II Guerra Mundial da historiadora Irene Flunser Pimentel, que conta o que se passou a seguir: com o calor, as praias de Lisboa enchiam-se de refugiados judeus que aí comiam esta iguaria.

Com o tempo e a sua popularidade, a receita foi alterada. A bola de berlim é tradicionalmente recheada com creme amarelo de pasteleiro (feito de ovos), embora, ao longo dos anos, tenham surgido mais variações: chocolate, avelã, frutos vermelhos, coco, limão… No entanto, a versão original, importada da Alemanha, seria com recheio de compota de fruta, de morango ou de frutos vermelhos, tal como a senhora Davisohn fazia.